terça-feira, 10 de abril de 2012

Tirando as teias em grande estilo: metafísica

Descobri, há mais de um mês, um blog sensacional, de um amigo de uma amiga: o Conta Uma, do Angelo Morse. Ele consegue postar quase diariamente histórias que aconteceram com ele. É um exímio contador de histórias, porque ex-namorada, cunhada, banheiro, trabalho, tudo MESMO rende histórias engraçadíssimas! Viciei e recomendo.

Daí pensei: tenho que colocar umas histórias no blog também! Mas advirto que não será como as do Angelo, e sim pensamentos malucos com os quais eu atazano a vida do Marido.

O primeiro destes pensamentos tem relação direta com o câncer que tive e seu tratamento.

Passei por uma cirurgia de quatro horas, que retirou um tumor de 2cm e um terço do pulmão direito. Fiquei cinco dias no CTI, um mês inteiro de cama, cansando de levantar para ir ao banheiro, sem poder gargalhar, espirrar e falar normalmente. Mas o que me deixou louca demais foi a forma como as quatro horas no centro cirúrgico se passaram. Fechei os olhos quando o dr. Ricardo (anestesista) preparava meu punho para abrir e colocar uma monitoração, lavando o braço com um líquido que parecia álcool 70º. De repente, a dra. Viviane (assistente do Ricardo) me diz: "Laís, vamos levar você para o quarto".

Para tudo!!! Eu pisquei e passaram quatro horas! Quatro horas em que me entubaram, abriram minhas costas, cortaram meu pulmão, me fizeram uma transfusão de sangue, me costuraram e eu não senti passar. Desde que a anestesia passou e eu voltei a pensar, não paro de tentar entender isso. Não é o mesmo apagão de dormir profundo - por mais que você não lembre de nenhum sonho, quando acorda no meio da noite tem ideia que passou algum tempo. Nesse apagão não: foi literalmente um piscar de olhos!

O que aconteceu nesse período? Se temos uma alma que é ligada ao corpo, mas também independente dele em certa medida, onde ela esteve nessas horas de não-existência (obrigada, Marcela Prior!)? Isso é uma prova que a alma não existe, só a consciência? Se sim, qual a diferença entre esse apagar e a morte? De certa maneira morri por quatro horas? Se eu tivesse morrido, não iria nem sentir?

Para uma pessoa que, como eu, já teve uma experiência fora do corpo - uma hora dessas conto -, a coisa ainda complica um pouco. Há um paralelo entre esses dois eventos: um, apontava para uma alma que sai do copo e te permite ver uma situação; o outro, mostra um "buraco negro" de consciência... Confesso que estou pirando! Esse pensamento não me consome, mas eu penso nisso constantemente. Alguém tem algo a me dizer? Discussões abertas!

2 comentários:

  1. Que doido Lala !!! Lendo isso tdo pensei que nessas situações podemos passar pela espiritualidade, uma espécie de câmara espiritual que cuidam de nós!!! Não sei me fazer clara nesse momento, mas dentro do espiritismo tem essas respostas, pq tdo sempre resposta !!! Beijo no coração !!!

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  2. Filha, se você ficou nesse apagão quando estava anestesiada é sinal que deu tudo certo, é assim mesmo. Mas se alguém está prestes a morrer, aí sim vai sentir coisas próprias desta situação, que nem eu e nem ninguém sabe como é.É assim que eu sinto, acho que é assim,ninguém me falou, só acredito que seja assim....Neste momento entram as manifestações da alma.
    Mil beijos
    Silvia

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